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“As pessoas têm necessidade de gritar o amor”, diz psicólogo



Se você já sintonizou o rádio durante a madrugada, seguramente já deve ter ouvido uma voz grave mandar recados, anunciar contatos de telefone e fazer traduções de músicas, como, por exemplo: “I will always love you” (Eu sempre amarei você), de Whitney Houston, saberá que a busca por um amor ainda é conteúdo forte nas rádios locais. “As pessoas têm necessidade de gritar o amor”, comenta o psicólogo e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Silvio Ferreira. “Seja na antiguidade ou na contemporaneidade, o que importa é que ele seja anunciado em praça pública”.

Essa estratégia de alardear o amor é antiga. “Isso sempre foi feito nos parques de diversões das pequenas cidades. Quando as instalações chegavam nessas regiões, logo corria um para o caixa de som anunciar o sentimento que tinha por alguém”, comenta Ferreira. A migração dos parques para o rádio só é possível porque existe uma característica em comum: a simultaneidade. “Quando uma pessoa procura relacionar-se por meio do rádio, ela busca alguém que ouça o convite naquele momento. É diferente da internet (em sites de relacionamentos), que não é simultânea e dá a possibilidade de pessoas interessadas terem acesso à informação no outro dia”, relata Sílvio Ferreira.

Segundo o professor, o rádio tem vantagem na comparação com outros meios de comunicação: é um veículo quente. “A voz e a respiração estão presentes, e isso é muito forte. Já na internet, que é um canal frio, só há imagens e caracteres”, comenta Ferreira. De acordo como jornalista e professor da Faculdades Integradas Barros Melo/Aeso, Valdir Oliveira, estamos vivendo em uma era de transição de costumes. “Normalmente quem ouve esses programas já ouvia nas décadas anteriores. Não acredito que a atual geração vá escutá-los daqui a alguns anos”, esclarece.

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