Clipagens

Com malemolência de Café Preto esquenta a noite de garoa no Cine São Luiz



Uma chuvinha fina deu um clima ainda mais malemolente ao lançamento, na noite desta segunda-feira, do videoclipe Dandara, da banda recifense Café Preto, que fez um show gratuito comportado e bem família logo em seguida à exibição, no tradicional Cinema São Luiz.

O clipe, com uma fotografia caprichada e bem dirigido por Leonardo Castro, foi "produzido com muita batalha", segundo o vocalista Cannibal, viabilizado pelo edital da Faculdades Integradas Barros Melo/Aeso. Com belas imagens do Recife, a presença marcante da atriz Gisele Silgon interpretando Dandara, e a presença do trio formado por Cannibal, DJ Bruno Pedrosa (programação e samples) e Pi.R (teclados) em cena, vemos o molhe do Recife, a praia de Boa Viagem, os bairros de Boa Vista e Santo Antônio vistos dos arranhacéus e com a movimentação do anoitecer na Av. Conde da Boa Vista e Rua da Aurora.

A sala foi enchendo aos poucos antes da projeção e ficou quase lotada quando o show começou. Na plateia, rostos conhecidos da cena pernambucana,  como Gilmar Bola 8 (Nação Zumbi e Combo X) e Magrão (Cascabulho), do audiovisual, como Nilton Pereira e Edinho Moraes (TV Viva), Cecília Araújo, e da fotografia, como Eduardo Queiroga e Xirumba. Figura sempre presente nos eventos culturais do Recife, o irrequieto Jomard Muniz de Britto aproveitava para fazer mais um atentado poético - desta vez, dedicado ao mês de agosto (Dez gostos para o inteiro ambiente).

Café Preto faz um som ao mesmo tempo para se relaxar e causar a reflexão. As letras de Cannibal seguem o teor da Devotos, mas num outro tom, menor. Lá estão a denúncia social, a chamada à consciência política, a atenção com os erês, sem deixar de lado, claro, temas como o amor e a diversão, o futebol. A levada vai da contemplação a uma dança expansiva, de celebração, típicas dos ritmos jamaicanos derivados do reggae, como o dub e o ragga.

Cannibal procurou seguir à risca o roteiro do show preparado, enquanto Bruno Pedrosa procurava atuar como um maestro, com sua empolgação. Como o primeiro CD tem apenas oito músicas, o repertório foi complementado outras canções, entre elas O samba, da Nanica Papaya, um dos projetos paralelos de Cannibal no Alto José do Pinho, com participação do vocalista André Dark, recebendo no palco ainda Ailton da Cuíca na canção O samba. Outro convidado da noite foi Zé Brown, que também desceu lá do alto para um dueto em Vamos pensar, bastante aplaudido. Músicos da banda de apoio, o guitarrista Marcos Jerivá e o baixista Eric Gabino contribuíram com Boa Vista, da Trindade Dub, da qual fazem parte, que ficou bem integrada ao espírito festivo da Café Preto. Quem teve coragem de enfrentar o friozinho e a garoa recifense em pleno mês de agosto, não se arrependeu.

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