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ENTREVISTA / DANIEL DA HORA



O publicitário e professor Daniel da Hora, presidente do Clube de Criação de Pernambuco, participou como jurado no Festival El Ojo de Iberoamerica, o maior evento da criatividade na região, que teve sua 15ª edição ocorrida entre os dias 13 e 16 de novembro, em Buenos Aires, na Argentina. Em entrevista exclusiva para a coluna Mercado publicitário, Daniel da Hora falou sobre sua participação na competição, onde fez parte do júri dos Nuevos Talentos (profissionais até 30 anos de idade), analisando trabalhos em Mídia Impressa, Internet, TV e Ação Inovadora. Saiba mais sobre a premiação e os novos talentos do mercado publicitário Ibero-america, acompanhando entrevista:

Seabra Neto: Você acaba de participar, como jurado, da 15ª edição do Festival El Ojo de Iberoamerica, em Buenos Aires, sendo um dos jurados dos Nuevos Talentos (profissionais até 30 anos de idade). Qual sua avaliação sobre os trabalhos apresentados?

Daniel da Hora: Tirando a categoria "Tercer Ojo", algo equivalente a um "Titanium" do Cannes Lions, a categoria do Nuevos Talentos é, sem dúvida, uma das mais interessantes de se julgar, pois é a visão dos que estão entrando no mercado ou que têm pouco tempo de mercado, mas muita vontade de apresentar algo novo. Neste sentido, este ano, a categoria foi muito produtiva em ideias inovadoras.

Seabra: Como você viu a participação do Brasil na premiação? Você acha que o número de troféus conquistado correspondeu suas expectativas em termo de criatividade?

Daniel:
O Brasil foi novamente bem. A categoria se divide em "Novos Talentos Estudantes" e "Novos Talentos Jovens Profissionais". Na categoria estudantes, o Brasil foi responsável por quase  12% do shortlist e Pernambuco colocou 10% do shortlist, com trabalhos de estudantes da Aeso Barros Melo.

Seabra: Em sua opinião, quais os países que mais se destacaram no Festival?

Daniel:
Argentina com maior volume. Uruguai, Colômbia e Brasil também tiveram performances diferenciadas.

Seabra: Do ponto de vista criativo, quais foram os trabalhos que você mais  gostou?

Daniel:
Os vencedores foram, sem dúvida, os que melhor responderam ao briefing e que mostraram as melhores ideias. Mas os trabalhos dos jovens pernambucanos foram também destaque. Eu particularmente, estou ainda mais feliz porque, do shorlist dos estudantes, uma criativa redatora da Inata (agência experimental da Barros Melo) entrou com dois trabalhos, sendo um na subcategoria "TV" e outro na subcategoria "Ideia".

Seabra: O grande destaque entre os prêmios brasileiros foi o Gran Ojo na categoria Tercer Ojo, conquistado pela Leo Burnett Tailor Made com o case "Mi sangre es rojo negra", para o Hemoba, órgão da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. Você conheceu esse trabalho? Como foi sua avaliação sobre a peça?

Daniel:
Este foi um caso especial e muito bom. Campanhas de bem público têm, ultimamente, dado mais liberdade para as agências e para os criativos, o que se reverte em ações e  execuções muito diferenciadas e inovadoras. Este, especificamente, emocionou a todos.

Seabra: Das categorias concorrentes, qual delas, em sua opinião, apresentou melhor nível criativo?

Daniel:
Gostei muito do shortlist das categorias "Digital", "Vía Publica" e "Tercer Ojo". Na categoria digital, o Brasil levou o Gran Ojo com a DM9DDB para C&A, com a AlmapBBDO também colocando muitas peças.

Seabra: Diante dos trabalhos apresentados durante o festival, como você vê a criatividade do mercado publicitário de Pernambuco?

Daniel:
Pernambuco tem participado de forma muito tímida desses festivais. Quase não participa, a bem da verdade. De forma comparativa, claro que nosso mercado tem potencial criativo, mas, uma coisa que chamou a atenção foi a presença grande de clientes no festival. Ou seja, a cultura da criatividade, no plano mundial, tem contaminado da melhor forma os clientes mundiais. Gostaria de ver isso no nosso mercado. 

Seabra: Para encerrar, qual a importância do Festival El Ojo de Iberoamerica para o mercado publicitário latino e mundial?

Daniel:
Ele é o maior festival latino do mundo, mas tem um olhar global. A América Latina é hoje vista como o maior celeiro criativo do mundo. Neste sentido, oportunidades estão surgindo para muitos campos na região, principalmente no plano criativo.

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