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Quando se encontra a realização profissional na sala de aula



O mercado de trabalho sempre exige de seus colaboradores uma busca por atualização de conhecimentos. São capacitações, curso de idiomas, palestras, entre tantas outras oportunidades oferecidas pelas empresas ou por simples vontade própria. Para alguns, ter o título de especialista, mestre ou doutor é o caminho escolhido para garantir esse diferencial, até mesmo como forma de intercâmbio entre as experiências profissionais com as pesquisas acadêmicas. No Brasil, essas pós-graduações são divididas em Lato Sensu - Especialização - e Stricto Sensu - Mestrado e Doutorado.

Após terminar a graduação em 2004, o jornalista Bruno Nogueira - já trabalhando como crítico musical em um jornal local - decidiu se especializar na área. “Nos últimos dois anos de faculdade, já estava estagiando nos jornais. Saí da faculdade em um impresso e, quando me formei, fui contratado por outro. Na época, escrevendo sobre música, eu tinha nos outros dois jornais duas figuras muito importantes como “concorrentes”. Então resolvi fazer uma especialização em Jornalismo Cultural como diferencial. Uma coisa puxou a outra. Terminei a especialização já fazendo a seleção de mestrado”. Hoje, Bruno divide o tempo como professor, produtor de eventos e jornalista. Marina Mamood/Folha de Pernambuco Bruno Nogueira trabalhou como crítico musical em um jornal local e decidiu se especializar Segundo a Coordenação de Aperfeiçamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o mestrado pode ser profissional ou acadêmico. O primeiro serve como uma qualificação profissional, um resultado imediato ao conciliar a pesquisa ao cotidiano, enquanto o segundo forma pesquisadores em um maior prazo. Outra diferença é a possibilidade de publicar as pesquisas em congressos e outros eventos, além de permitir o profissional a lecionar. Para Bruno Nogueira, a oportunidade para voltar à sala de aula surgiu com a criação do curso de Produção Fonográfica na Aeso. “Minha pesquisa era sobre indústria da música e, na mesma época, estava começando o curso na faculdade. Então caiu como uma luva. Fui para lá dar aula sobre o que tinha pesquisado e hoje sou coordenador do curso”, afirma.

A sensação de estar em uma classe, mas como professor, segundo ele, foi engraçada. “Eu fui dar aula na faculdade onde me formei. Todo mundo sai da faculdade com aquela sensação de ‘não volto aqui mais nunca’, então é engraçado o sentimento de querer voltar. Engraçado e assustador, porque eu era muito novo, então tinha muita insegurança. Até porque vários dos professores ali tinham sido meus e no começo a estigma de ex-aluno persegue um pouco”, comenta.

Para Bruno, ter títulos de pós-graduação permite ao profissional trocas de experiência tanto em sala de aula quanto na profissão. “Eu levo muita coisa, principalmente das rotinas de trabalho e na oportunidade de atividades práticas com os alunos. Paralelamente, eu trabalho com produção de eventos. Então posso mostrar a eles como se faz desde um show pequeno na cidade até o festival Abril Pro Rock. Isso é legal porque o estudante chega um pouco mais interessado também”. Sobre a influência de suas produções acadêmicas em seu trabalho, Bruno viu a oportunidade de escrever em publicações mais restritas. “Já fui convidado a escrever na Continente e Bravo, um pouco impulsionado pela academia. Eu participo sempre de comissões de editais. Em todos o convite foi feito na minha condição de pesquisador”.

Finalizando o doutorado, Bruno não pensa em largar a profissão para dedicar-se apenas ao meio acadêmico. “Por ser muito inquieto. Não me vejo fazendo só uma única coisa.”

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