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RECORTES ANALÓGICOS DE UM MUNDO DIGITAL



Em plena era digital, onde a fotografia passou a atender às necessidades comerciais e as exigências de velocidade do fotojornalismo, o processo analógico parece voltar como uma alternativa para os que praticam por hobby, ou ainda para os curiosos sobre as possibilidades a serem exploradas com os vários tipos de filmes. Para o coordenador do curso de fotografia da Aeso, Eduardo Queiroga, o processo analógico volta com uma proposta “menos comercial, para os que querem experimentar as texturas dos filmes, as cores, os tipos de papel”. 

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[Clique em cada um dos entrevistados para conferir os depoimentos na íntegra]

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Professor da disciplina de Laboratório, do curso de fotografia da Aeso, Ricardo Marcelino conta que tem percebido um interesse maior de seus alunos pela fotografia analógica, depois que eles entram em contato com o processo de revelação. “Na minha opinião, todo fotógrafo deveria aprender a fotografar com uma câmera analógica, é uma experiência mais enriquecedora. No processo digital você, muitas vezes, nem sabe como conseguiu tal efeito. É como se ele desmitificasse a fotografia”, explica.

Quem opta por utilizar uma câmera analógica, hoje em dia, esbarra em várias dificuldades: escassez de fornecedores de filmes e químicos para revelação que tornam os produtos mais caros, além de poucos laboratórios. “Alguns processos mais específicos, como os filmes em slide, não tem mais quem revele aqui. Muitas vezes, tem que se mandar revelar fora do país”, afirma Queiroga. Como exemplo, a Kodak, umas das pioneiras e mais tradicionais empresas do ramo, fundada há 131 anos, passou por sérias dificuldades desde a popularização da fotografia digital, até chegar a pedir auxílio financeiro para não fechar as portas, ano passado. Para Marcelino, passada a fase de confrontamento, em que os fotógrafos mais antigos resistiam por achar que os recursos digitais não atenderiam as suas necessidades, atualmente, ele considera que a qualidade da fotografia digital é comparável à analógica. No entanto, ele não acha viável que o processo analógico volte a ser uma alternativa para os fotógrafos profissionais, a não ser que as fotos tenham uma finalidade artística. “É mais difícil por conta da urgência do mercado”, completa.

 

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