Projeto do Observatório da Imprensa investiga acesso à informação em recortes geográficos
Três estudantes do 5º período de Jornalismo da UNIAESO, Maria Clara Melo, Brenda Bertoldo e Lourice Rocha, participaram, como voluntárias, da pesquisa da quarta edição do Atlas das Notícias, projeto organizado pelo Observatório da Imprensa, que analisa o acesso à informação e desertos de notícias em regiões específicas. O Centro Universitário AESO-Barros Melo (UNIAESO) foi a única instituição privada que fez parte da iniciativa.
No ano de 2020, em plena pandemia do novo coronavírus, o Atlas da Notícia se debruçou sobre a investigação dos modos de produção e disseminação dos conteúdos jornalísticos na região Nordeste, território que abriga o maior número de estados e municípios do país.
O estudo concluiu que a “internet segue abrindo novas frentes de financiamento e de modelos de negócios nativos digitais, que ganham relevância na cobertura local, dentro e fora dos grandes centros urbanos”. “Dos 2.402 veículos jornalísticos mapeados no Nordeste, nesta edição do Atlas da Notícia, 1.043 são online. Isso representa 43% do total. Na última edição da pesquisa, a representatividade era de 22%”, afirma Mariama Correira, coordenadora do processo de pesquisa.
O resultado do trabalho pode ser conferido nas redes sociais e no site da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Para Maria Clara Melo, a experiência no Atlas foi positiva e serviu para se conscientizar sobre a importância da comunicação nas áreas de deserto de notícias. “É importante saber que faltam veículos para tentar levar comunicação aos locais”, diz.
As universitárias realizaram a pesquisa entre os meses de outubro (2020) e janeiro (2021), em parceria com mais de 20 estudantes e profissionais de outros estados nordestinos. A base da pesquisa era o registro de veículos na plataforma do Atlas da Notícia. Elas coletavam as informações dos veículos de comunicação por meio de telefones, buscas na internet, verificavam os dados e reenviavam para a plataforma. Cada colaborador ficou responsável por um estado da região Nordeste.
Brenda Beltoldo comemora o fato de ter conhecido novas pessoas e trabalhos na área. “Na minha opinião, esse estudo é importante para nós, enquanto graduandos em comunicação, e para a sociedade, para que todos tenham dimensão da realidade do acesso à informação no Brasil, além de mensurar a qualidade com que a comunicação está sendo feita. É uma forma de aferir o que se passa no nosso país”, afirma.
Lourice Rocha destaca a eficiência do trabalho em conjunto. “Foi uma verdadeira força-tarefa até conseguirmos mapear tudo. E ainda assim não concluímos. O trabalho não acabou, por que novos veículos surgem a todo momento, principalmente, agora, na era dos aplicativos”, conclui.