"Memórias do subdesenvolvimento" serve de referência quando se relaciona cinema, sociedade e política
O Cineclube Ventura retoma as atividades nesta quinta-feira, 30 de agosto, às 11h no Cineteatro das Faculdades Integradas Barros Melo, ressaltando a importância de um dos mais emblemáticos filmes já produzidos na América Latina: Memórias do subdesenvolvimento (Cuba, 1968), de Tomás Gutiérrez Alea. Obra que, neste mês, completa 50 anos de seu lançamento.
Realizado a partir do livro homônimo, escrito em 1961 por Edmundo Desnoes, o enredo situa-se entre 1961 e 1962, e acompanha o intelectual burguês Sérgio com perspectiva subjetiva (a do personagem) que, no fervilhar inicial da revolução socialista da ilha, não tem ocupação e vive do aluguel de seus diversos apartamentos. Solitário, Sérgio acompanha os pais e esposa até o aeroporto de Havana para vê-los partir definitivamente para os Estados Unidos da América.
Curioso pelos próximos passos daquela Revolução, que ele não acredita, nem participa, o protagonista passa os dias observando com desdem a cidade do alto de seu confortável apartamento através de uma luneta, questionando, com constante ironia, os que acreditam numa mudança radical do país pela nova estrutura política revolucionária.
Clássico do cinema mundial, Memórias do subdesenvolvimento influencia diversos cineastas ao redor do mundo e, ainda hoje, serve de referência quando se relaciona cinema, sociedade e política. A postura do protagonista, por exemplo, já foi comparada com a mesma de usuários das redes sociais na Internet, que a tudo observam e criticam, mas sem se envolver concretamente com os conflitos da comunidade.
O DEBATE – Participam do debate, após a sessão do Cineclube Ventura, os alunos do curso de Cinema e Audiovisual da IES, mediado pelo coordenador Luiz Joaquim.
O acesso às sessões do Cineclube Ventura é gratuito.
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