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Documentário de estudantes da AESO-Barros Melo é exibido em mostra de teatro


Rádio, TV e Internet
outubro. 02, 2017

Produção reúne últimos registros em vida de Henrique Celibi e foi Trabalho de Conslusão de curso de alunos de Rádio, TV e Internet

Em um cenário de sucateamento e abandono dos teatros recifenses, quem não se deixa abater em cena são os artistas locais. Pelo segundo ano, a classe mobiliza e monta a programação robusta da Outubro ou Nada – Segunda Mostra de Teatro Alternativo do Recife. A abertura do evento está agendada para o dia 05 de outubro, a partir das 21h, no Coletivo Loucura Roubada, no Espaço O Poste, e a programação começa com a exibição do documentário "Henrique, o que faz Celibi”, trabalho de conclusão de curso de Luis Bringel, Brunna Martins e Sandri Rodrigues, formados em Rádio, TV e Internet pelas Faculdades Integradas Barros Melo (AESO).

A escolha do documentário para abertura da mostra não foi à toa. Neste ano, o evento homenageia Henrique Celibi, falecido em maio de 2017. Diretor, ator e autor de diversas obras da comédia pernambucana, Celibi ficou conhecido por suas performances nas noites recifenses e, posteriormente, pelos espetáculos de sua autoria, dentre eles, o maior sucesso do teatro pernambucano: "Cinderela, a história que sua mãe não contou", montado pela Trupe do Barulho na década de 1990.

O documentário tem 29 minutos e narra a história de vida e resistência de um dos artistas mais versáteis e polêmicos do estado de Pernambuco. Mostra a alegria e irreverência de Celibi que são apresentadas dentro e fora dos palcos. O artista faleceu durante as filmagens do projeto, que inclui entrevista inédita realizada 19 dias antes de sua morte. "Henrique, o que faz Celibi” se tornou uma homenagem em memória do artista e será exibido para o público, pela primeira vez, na programação do festival. “Enquanto estávamos filmando, recebemos a triste notícia do falecimento repentino de Celibi, poucos dias depois de termos gravado com ele a entrevista. Isso foi um choque, mas sabíamos que tínhamos uma responsabilidade muito grande de imortaliza-lo com esse último registro”, explica Bringel.

A Outubro ou Nada é uma mostra de teatro alternativo do Recife, onde os artistas reivindicam espaços para exercer seu ofício, como forma de protesto aos equipamentos culturais da cidade.

AESO - Como surgiu o mote de fazer o documentário sobre Henrique Celibi?
Luís Bringel -
A ideia partiu de um projeto já antigo de Brunna Martins, em 2015, porém, por algum motivo, ele foi engavetado e decidimos retomar em abril deste ano para ser o nosso TCC. Celibi é uma figura importante para o cenário teatral pernambucano. Sua arte é extremamente política e ao mesmo tempo irreverente. Ele foi uma artista completo, no sentido mais amplo da palavra, sempre questionador e provocador. Ele acreditava em sua arte como um instrumento de transformação. Foi diretor, cenógrafo, figurinista, ator, autor, inclusive é de sua autoria um dos textos mais famosos e populares do teatro pernambucano, “Cinderela, a história que sua mãe não contou”, montada pela trupe do barulho na década de 1990. Deu origem ao personagem Cinderela, vivido por Jeison Wallace, que é sucesso até hoje na tela da Tv Jornal.

AESO - Durou quanto tempo o processo de produção, gravação e edição?
Luís Bringel -
Todo o processo durou dois meses, desde a concepção das ideias, filmagem, edição. Enquanto estávamos filmando, recebemos a triste notícia do falecimento repentino de Celibi, poucos dias depois de termos gravado com ele a entrevista. Isso foi um choque, mas sabíamos que tínhamos uma responsabilidade muito grande de imortaliza-lo com esse último registro.

AESO - Vocês inscreveram o filme para entrar no festival ou o festival chegou até vocês?
Luís Bringel -
O festival esse ano faz uma grande homenagem ao artista. Já que é um festival que fala de um teatro alternativo de resistência, que reivindica justamente o descaso do governo com as artes de uma maneira geral. Nossos equipamentos públicos culturais estão sucateados! Viemos em tempos sombrios, o teatro do parque é o exemplo maior disso. Por isso a ideia de fazer teatro em casas, galpões e outros espaços alternativos. É necessário chamar a atenção dos políticos, porque a arte, assim como saúde, educação, é um bem essencial à vida. Celibi era um artista que se colocava exatamente nesse contexto, sempre com muita crítica e com muito humor. Então, fomos convidados pelo festival para fazer a nossa estreia e ficamos muito felizes com o convite.

AESO - Conta um pouco da expectativa da exibição do doc no festival. Já foi exibido em algum outro lugar?
Luís Bringel -
Estamos ansiosos! Dedicamos muitas noites em claro neste projeto! Mas fizemos tudo com muito amor. É como um parto de um primeiro filho. E é muito gratificante ver o nosso trabalho pronto, sendo exibido, e podermos prestar essa linda homenagem a ele.

AESO - Vocês têm planos para inscrever o doc em outros festivais semelhantes?

Luís Bringel - Com certeza. O plano é esse. Já temos alguns convites para exibir em outros lugares, mas iremos inscrever em festivais sim. Esperamos que tanto o filme quanto o legado que Celibi deixou tenham uma vida longa.

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