#repercurteAESO: O jornalismo diante dos novos mercados


Curso de Jornalismo - Olinda
abril. 29, 2019

No evento em comemoração ao Dia do Jornalista, profissionais discutiram o atual cenário da profissão

Por Larissa Cavalcante e Fernanda Machado*

O que é ser jornalista? Quais as novas possibilidades desse profissional no mercado de trabalho? Essas foram algumas questões levantadas durante palestra realizada nas Faculdades Integradas Barros Melo (AESO), em homenagem ao Dia do Jornalista, dia 16 de abril. Entre os participantes, estavam a jornalista e pesquisadora da Marco Zero Conteúdo, Carol Monteiro; o coordenador de comunicação do PRB e ex-aluno da instituição, Fernando Lima; a jornalista, analista de Marketing e ex-aluna, Mirella Monteiro, e a assessora da Fundação Joaquim Nabuco e ex- aluna, Thais Mendonça.

“Na minha época, fazer jornalismo era estar na redação”, disse Thaís Mendonça.  Mirella  Monteiro enfatizou que trabalhar com comunicação, hoje, engloba diversas áreas e o jornalismo cada vez mais se relaciona, por exemplo, com  marketing digital e gestão de redes sociais.  Para Fernando Lima, as novas funções, mais segmentadas e que dialogam com a assessoria e o marketing, têm proximidade com o pensamento jornalístico. “Com o tempo, descobri que o político que eu assessoro também é um veículo de comunicação”. Para ele, trabalhar como jornalista não tem nada de glamouroso e requer esforço para também levar a informação às pessoas. “Ser jornalista é acordar às 6h e ler os três jornais, é estar o tempo todo ligado”, reiterou.

Por causa disso, os palestrantes afirmaram que é necessário estar sempre se especializando. “Na faculdade, aprendemos a fazer os textos tradicionais, mas, quando chegamos no mercado, vemos que há outras possibilidades”, explicou Mirella.  Além disso, a profissão incorporou outras habilidades e competências, como a produção de fotografias e vídeos. “Você precisa saber de tudo, pois o mercado pede isso”,  apontou Thais Mendonça. “O maior desafio é transformar o conteúdo, em algo simples e dinâmico para o público”, completou. Por isso, para Fernando Lima, a chave para se manter no mercado é tentar se reinventar. 

A jornalista Carol Monteiro, quando trabalhava no Diario de Pernambuco, trocou o veículo impresso para o online, ainda na época em que o portal não era conhecido. A partir desse espírito de mudança e reinvenção, ela deixou o antigo emprego e se juntou a mais seis colegas para criar a Marco Zero Conteúdos, uma empresa de jornalismo investigativo e independente. O processo de formulação da Marco Zero durou cerca de um ano. “Todos nós sabíamos escrever reportagens, mas não entendiamos sobre  gestão de uma empresa”, relembrou Carol. A equipe teve que estudar o que era jornalismo independente no Brasil e no mundo para formular o modelo de negócio. “No jornalismo independente, somos como um ecossistema”, revelou. 

O coordenador do curso e organizador do debate, Rodrigo Martins, ressaltou a importância das experiências dos convidados para se debater o futuro da profissão. “Hoje vivemos em um mundo em que há informação em todos os lugares, e o jornalismo está se adaptando para conseguir cumprir seu papel de informar, em novas plataformas, usando novas linguagens e para novos públicos”, comentou.

*Texto colaborativo do Laboratório de Jornalismo da FIBAM.

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