#repercuteAESO: Integrantes da produtora Black Stage falam sobre mercado de trabalho para negros


Curso de Jornalismo - Olinda
outubro. 30, 2019

Racismo e dscriminação foram amplamente debatidos durante o encontro

*Por Larissa Cavalcante

A inserção no mercado de trabalho é um dos desafios do jovem. Mesmo na universidade, algumas dúvidas ainda são comuns: “que área seguir? por onde começar?”. Para a juventude negra, além dessas questões, infelizmente, também pesam o racismo e a discriminação, questões ainda presentes no Brasil, e que se expressam em menos oportunidades de trabalho e de crescimento. Para discutir essa questão, o curso de Produção Fonográfica convidou os integrantes do coletivo Black Stage produções, grupo formado inteiramente por pessoas negras, que atua em diversas atividades de backstage, desde a produção de eventos e shows, direção de palco, até assessoria de comunicação.

A Black Stage é uma produtora pernambucana, que nasceu com a ideia criar uma nova fórmula de qualificar profissionais e indicar para o mercado de trabalho. Além de agir como produtora, ela ainda é uma capacitadora, pois promove aulas de técnicas de palco, que já está na 5ª edição. “Damos esse curso baseado em tudo o que aprendemos nos vários anos de estrada, e, além disso, fazemos palestras em escolas públicas, presídios e comunidades carentes”, explicou Geison Guedes, fundador da Black Stage.

Segundo ele, trabalhar na área de backstage não é fácil. Ainda mais por ser uma produtora pequena. “No entanto, nascemos para fazer a diferença no mercado, e, com a colaboração de parceiros, estamos conquistando nosso espaço”, afirmou. Além das dificuldades da profissão, Geison contou que reconhece barreiras advindas do racismo, mas que não se porta como vítima. “Sei o que é ser discriminado e subjugado por trazer a noite estampada na pele, mas isso não nos tira a vontade de idealizar e lutar por um mundo melhor, e construir nossos sonhos,” enfatizou.

Segundo ele, o mercado de trabalho para negros também está melhor, “ qualificação do homem e da mulher, trabalho duro, foco e desejo de crescimento é o que fazem a diferença”, disse.

Daniel Albuquerque, aluno do 2º período curso de Produção Fonográfica, assistiu a palestra e fez uma avaliação positiva sobre o evento. “Olinda é um celeiro cultural muito grande e tem muitos músicos, produtores musicais e fonográficos, gente que trabalha com produção de palco. Então, essa preparação do curso da Black Stage traz um novo ponto de vista para os jovens que estão tentando ingressar no mundo musical”, concluiu.

*Texto colaborativo do Laboratório de Jornalismo

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