O amor de André pelo cinema começou ainda durante a infância, na década de 70, quando as antenas das televisões precisavam de bombril e o vídeo cassete era uma novidade. 

Estudante do sexto período do curso de Cinema e Audiovisual da UNIAESO, ele lança o seu primeiro livro na área cinematográfica, intitulado “Breves, fragmentados e singelos escritos sobre o Cinema”, que faz uma passagem pela história da sétima arte, incluindo comentários sobre obras e relatos de experiências pessoais. 

Esse é o sétimo livro publicado pelo estudante, mas, para ele, trata-se de uma realização especial, pois é a primeira vez que escreveu sobre a área pela qual é tão apaixonado. 

Sua primeira obra, chamada “Um homem, uma mulher e um passado”, foi lançada quando André tinha apenas 15 anos. 

HISTÓRIA COM O CINEMA

O cinema o acompanhou em todas as etapas de sua vida. Na infância, visitando os cinemas do centro da cidade com a mãe, o momento em que seu avô lhe deu seu primeiro vídeo cassete, quando assistia VHS de filmes em inglês - repetidamente, mesmo sem entender -, nas idas à locadoras, e até em momentos inesquecíveis, como o crescimento de sua filha.  

“Sempre pensei no curso de Cinema. Mas, nos anos 80 não havia esse curso em Pernambuco. Eu fui fazer Direito, comecei Jornalismo, depois História [...] Em 2009, eu comecei a me ‘realizar’ como cineasta porque minha filha nasceu, então comprei uma câmera e ela tem toda a infância documentada em vídeo”, conta. 

Apesar do grande desejo, o sonho de estudar cinema era constantemente adiado. Porém, em 2021, a perspectiva de André mudou. 

“Eu tinha um grande amigo, ele era muito metódico e dizia 'quando eu me aposentar vou fazer o que eu bem gostar’. Com 52 anos, ele descobriu um câncer e depois de 119 dias, faleceu. Eu era muito próximo da família e eles me chamaram para falar na missa de sétimo dia. Eu estava saindo para ir, muito triste, e quando parei no sinal, vi um outdoor da Uniaeso anunciando a última chamada para o vestibular”, contou. 

“Eu percebi que não tem o amanhã, só tem o aqui e agora. Cheguei em casa, fiz minha inscrição, passei, e vim fazer o curso de Cinema”.

O LIVRO

O estudante destaca a importância da graduação para a formação de um cineasta e afirma que foi no curso onde adquiriu os conhecimentos e a confiança necessários para publicar o livro. 

“Ter contato com o corpo docente ampliou meu horizonte e percebi que era a hora. [...] Eu queria escrever algo sobre crítica, de duas formas: uma antes de cursar, e outra após cursar a disciplina”, explicou.

“Esse volume escrevi no 4° período, antes de cursar crítica cinematográfica, inclusive ele direciona aos novos que estão começando e que queiram compreender o cinema e ir para área de crítica. É o que eles, no meu entendimento, devem focar”, afirmou.

SONHOS

O seu perfil do Instagram @filmeseseriesbandeirademelo é o espaço que utiliza diariamente para exercitar o que mais ama fazer: a crítica cinematográfica. Ele compartilha e opina sobre os filmes que assiste, fazendo um apanhado de informações sobre a obra e o elenco. 

O estudante ressalta que o seu prazer está em contribuir com a arte nacional, investindo em seus textos autorais.

“Sou apaixonado pelo cinema nacional. Esse livro foca principalmente no nacional, porque eu tenho que falar sobre o que é meu. O Brasil tem um celeiro de grandes atores, atrizes, diretores e roteiristas. O problema do Brasil é que não há incentivo à cultura cinematográfica”, disse.

O cinema me deu muito, e essa é uma forma de eu dar ao cinema.