CÂMERA OCULTA


Institucional
maio. 13, 2005

O Fórum de Comunicação Aeso começou na manhã desta quinta-feira (12) com uma discussão bem polêmica dentro do jornalismo televisivo: o uso de microcâmeras nas reportagens. O tema central deste ano é a “Ética na Comunicação” e o evento vai até amanhã, no Cine Teatro da Faculdade, com entrada aberta ao público. Na primeira rodada de debates, participaram da mesa o jornalista André Gallindo, da Rede Globo Nordeste, o coordenador do curso de jornalismo da Aeso, José Caminha, Aquiles Lopes, do Sindicato dos Jornalistas e o professor Rômulo Pinto. Gallindo, que usa essa ferramenta em algumas matérias, trouxe algumas reportagens feitas por ele sobre a máfia do transporte alternativo e o consumo e tráfico de drogas no centro do Recife, para mostrar aos presentes e ilustrar melhor o assunto. Defensor da técnica, o repórter usou de uma frase proferida pelo presidente Lula no encerramento da Cúpula entre América do Sul e Países Árabes para discorrer sobre ética. “Lula falou que democracia pode ser uma coisa para o Brasil e outra para o Líbano. Acho que esse comentário foi infeliz. Não existem medidas diferentes para os Direitos Humanos. A ética é uma só para qualquer profissão. Alguns juristas afirmam que o direito individual de imagem é melhor que o direito coletivo”, coloca. O repórter ainda exemplificou alguns casos que mostrados na televisão brasileira como o feirão das drogas no Rio de Janeiro, a clonagem de carros, a violência do soldado Ramos na Favela Naval e a ‘Cracolândia’, em São Paulo. Para ‘aquecer’ a discussão, Caminha, o coordenador de jornalismo da Aeso, pediu a palavra ao representante do sindicato dos jornalistas, Aquiles Lopes. “As pessoas têm o direito de saber que estão sendo filmadas”, afirma Lopes, que se diz, “em tese”, contra o uso das microcâmera. De acordo com Aquiles, essa técnica é nociva e arriscada e, se for para ser usada, que seja com o máximo de cuidado. “Eu me pergunto até que ponto se deve ir? Em que situações usar? E mais: quem é a pessoa capaz de determinar isso?”, questiona o jornalista. O professor Rômulo Pinho entrou no debate para dizendo que existe uma tendência, um gosto popular pela super exposição. “Vivemos numa sociedade vigiada por câmeras, sem tantas justificativas sociais para que isso aconteça. Como controlar o direito individual à privacidade numa sociedade ‘midiatizada’?”, pergunta Pinto. Para o professor, a informação é um bem público, mas o papel da mídia nesse sentido extrapola o limite da imprensa sadia. Por Carla Verçosa Fotos: Victor Cyreno Veja as outras matérias sobre o Fórum de Comunicação: Violência na TV - Quinta/noite Ética, Comunicação e Pesquisa - Sexta/manhã

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