Foto: Taís Castro.

Foto: Taís Castro.

#repercuteAESO: A ameaça da desinformação e a importância dos observatórios de mídia


Curso de Jornalismo - Olinda
setembro. 30, 2019

*Por Larissa Cavalcante

Apesar de ganhar maior notoriedade , recentemente, o fenômeno das fake news existe há muito tempo e pode ter efeitos nocivos, ameaçando o direito à informação, que é de todos. Pensando nisso, o Coletivo Intervozes lançou, na AESO-Barros Melo, em 11/09,   cartilha explicando mais sobre a desinformação e como combatê-la. O texto foi apresentado pela jornalista Nataly Queiroz, professora da instituição e membro do Conselho Diretor do Coletivo Intervozes. Estiveram presentes,  os docentes Rodrigo Martins e Mayra Waquim, e a integrante do observatório de mídia da UFPE, Clara Pedrosa.

Além da apresentação da cartilha, Nataly explicou que as fake news são um problema pequeno se considerarmos o cenário mais amplo da falta de informação, na atualidade. “São só a ponta do Iceberg”, enfatizou. "A desinformação promove a desorientação do público no sentido de formar a opinião das pessoas, favorecendo ou desfavorecendo alguém” explicou.

No campo político,  é ainda mais perigoso e, por isso, deve entrar em vigor, no ano que vem, uma lei que prevê como crime a divulgação consciente de fake news, com fins eleitorais. Para Nataly é difícil provar quem faz essa disseminação estando consciente de que é uma informação falsa. “A lei age no ponto mais frágil da cadeia, que são os usuários de rede, mas não procura saber quem são os criadores das matérias”, disse.

Clara Pedrosa, integrante do OBMídia UFPE, comentou que, ultimamente, tudo virou fake news. “Se tornou muito fácil chamar uma matéria de fake news só porque você não gostou dela”, aponta. Ela acredita que uma das formas de fazer com que esse quadro mude é a atuação dos Observatórios de Mídia. Segundo a jornalista, esses grupos funcionam como sistemas de acompanhamento dos conteúdos que circulam nos meios de comunicação, observando e analisando todo e qualquer tipo de notícia, e discutindo, com a sociedade, e os próprios veículos, os resultados dessas análises.

Clara explicou, ainda, que os observatórios podem atuar de maneiras diversas nos veículos da imprensa local ou nacional, bem como em produtos de entretenimento. Ela detalhou o funcionamento do Observatório do qual participa, cujo objetivo é analisar a imprensa pernambucana nas questões de gênero, direitos humanos e democracia. 

A partir de ferramentas como o estatuto da criança e do adolescente ou a constituição federal, o observatório identifica possíveis violações de direitos, nos conteúdos jornalísticos e notifica ao Ministério Público para investigação. A ideia, ela ressalta, não é de punir ou censurar os veículos de comunicação, mas de garantir que todos tenham acesso à informação sem que sejam violados direitos.  “Qualquer pessoa pode usar essa lista de violações como base para levar a denúncia ao ministério público, sem a necessidade de ter propriamente um observatório de mídia”, afirma.

Ao final do evento, Rodrigo Martins e Mayra Waquim revelaram que a instituição iniciará o próprio observatório de mídia com a colaboração de duas voluntárias, as alunas Larissa Cavalcante e Raianne de Almeida. 

Cartilha Intervozes - Desinformação: Ameaça ao direito à comunicação muito além das fake news

Na cartilha distribuída pelo Coletivo Intervozes, há seis propostas para a luta contra a desinformação. São elas:

1- Mudanças nas regras de compartilhamento de conteúdo
2- Transparência e maior controle dos usuários sobre as plataformas
3- Celeridade na atuação do poder judiciário
4- Formação de educadores e operadores de direito
5- Debates críticos sobre meios e desinformação
6- Desenvolvimento de mecanismos de corregulação do ambiente digital 

A cartilha na íntegra pode ser baixada gratuitamente no Link: http://intervozes.org.br/publicacoes/desinformacao-ameaca-ao-direito-a-comunicacao-muito-alem-das-fake-news/ 

*Texto colaborativo do Laboratório de Jornalismo da FIBAM.

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