O filme, que conta a história de mãe e filho que estudam juntos, vai ser lançado na “Mostra outros cinemas”, em Fortaleza
15 minutos, dois personagens e uma história digna de cinema. É assim o retrato do filme “Mãe e Filho”, produzido pelos alunos de Cinema e Audiovisual das Faculdades Integradas Barros Melo. O curta-metragem vai ser lançado na “Mostra outros cinemas”, em Fortaleza, no próximo dia 5 de maio, às 19h. O documentário é o único representante pernambucano no evento. Com direção do cineasta paulista Paolo Gregori, o filme conta a história dos alunos João Paulo Gonçalves e Maria do Rosário Gonçalves, mãe e filho que estudam juntos e nutrem uma paixão em comum: o cinema.
Nascida em 1968, dona Rosário casou-se aos 27 anos. Um ano depois, prematuro, nasceu o pequeno João Paulo, após uma complicação no parto e uma gravidez conturbada. “Com mais ou menos seis meses a minha bolsa estourou e eu perdi o líquido amniótico. O médico me deixou de repouso. Então, no dia seguinte, eu tive febre, fui ao hospital e ele nasceu com infecção generalizada. Ficou na UTI.”, comenta Rosário, lembrando os momentos de dificuldades. O pequeno João teve falta de oxigênio no cérebro e precisou ficar internado durante 30 dias.
Já com seis meses de vida, a mãe notou que o filho não se movimentava como outras crianças da mesma idade: não sentava, nem engatinhava. Após procurar médicos e especialistas, veio a descoberta: uma lesão irreversível no cérebro. Foi aí que a luta começou de verdade. “Deixei de estudar ainda antes do casamento, com o segundo grau. De comum acordo com o meu esposo, dediquei-me integralmente à criação e educação do nosso filho, até porque necessitava de cuidados especiais.”, relembra. Foram várias sessões de fisioterapia, hidroterapia e uma cirurgia nos tendões das pernas, realizada no Hospital Sara Kubitschek, em Brasília.
Mesmo com todas as dificuldades, a dona de casa nunca deixou de sonhar junto com o filho. O companheirismo e amizade entre os dois eram evidenciados durante as sessões de filmes ou exibições de curtas e longas em casa. O cinema sempre foi pauta das conversas. “João Paulo sempre teve muita curiosidade em ver como os filmes eram feitos. Sempre foi determinado a fazer um curso. Quando soubemos que a graduação ia abrir na Aeso, não deu outra, senão a decisão de fazer o vestibular. Estudamos muito nos três meses antes da prova e o resultado está aí: juntos, na mesma sala, fazendo cinema.”, completa ela com entusiasmo.
A história dos dois não acaba como uma sessão em que as luzes acedem, as pessoas vão embora e os créditos sobem na tela. A vida entre mãe e filho se eternizou como um documentário que conta a história de dois amores que dividem dores, dificuldades e sonhos.